As pessoas perguntam muitas vezes se
a Bíblia sempre teve esse formato literário, com todos os livros já em ordem,
seguindo uma estrutura, uma ordem, tudo bonitinho, separadinho... Eu digo não! Somente por volta dos anos 400 dC.
que foi fechado o cânon, depois que a Igreja travou uma batalha com Marcião de
Sínope, com a heresia marcionista, onde só aceitava o Evangelho de Lucas e as
dez cartas de Paulo. O Primeiro Testamento para ele não poderia entrar no cânon
porque apresentava um Deus muito sangrento, diferente do Deus amoroso do
Segundo Testamento. Então, depois dessa disputa com os Padres da Igreja, se
consolidou o cânon de temos hoje. Mas, vamos saber mais sobre a palavra cânon.
Cânon é palavra ligada a “cana”. Os
antigos usavam uma “cana” em lugar do nosso metro. Era instrumento de medida.
Quando se fala de cânon da Bíblia se quer falar do critério usado para aceitar
como inspirados os livros da Bíblia. Tanto no tempo do Primeiro Testamento
quanto no tempo do Segundo Testamento, havia muitos “candidatos” a ser
considerados inspirados por Deus, os que não entraram no cânon são chamados de
apócrifos. Qual foi o critério, “a medida”, o cânon para aceitá-los como
Palavra de Deus?
O processo de “canonização” dos
livros que hoje compõem o Primeiro Testamento foi longo e difícil. Os hebreus
de Jerusalém aceitavam somente os textos em hebraico. Os judeus de Alexandria,
no Egito, que formavam uma grande comunidade judaica, aceitavam também os sete
escritos em grego (Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, Tobias, Judite e os dois
livros dos Macabeus), hoje conhecidos como os deuterocanônicos. No tempo de
Jesus, e no começo da igreja primitiva, o cânon mais longo já tinha sido aceito
e fazia parte da famosa Bíblia grega chamada de Septuaginta ou Setenta (LXX).
Tirando a saga com Marcião e as
centenas de vezes que as Escrituras originais foram mantidas em segredo para
não serem alteradas, o cânon do Segundo Testamento teve
menos problemas para ser aceito. Não havia dúvidas quanto aos Evangelhos, a não
ser em relação a alguns trechos, como a passagem da adúltera (Jo 8,1-11) e as
conclusões de Marcos (16,9-20) e de João (capítulo 21). As dúvidas maiores
diziam respeito a outros livros do Segundo Testamento (Hebreus, a carta de
Tiago, a II carta de Pedro, a carta de Judas, a II e a III carta de João, bem
como o Apocalipse).
Queridos Catequistas e simpatizantes
do nosso Blog, como vocês notaram, nossa Bíblia não caiu do céu prontinha como
muitos acham, teve muita luta, muito trabalho, junto com a graça e a benção de
Deus. Por isso, vamos dar valor as Escrituras, lê-La e praticá-La. Que o
Espírito Santo lhes dê muita luz para guiar o seu rebanho.
Encontramo-nos da Eucaristia e na
oração!
Org. sem. Alex Sandro Serafim
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