“Como posso entender, se ninguém me explica”(At 8,31).
A Catequese é
o lugar do esclarecimento bíblico. A nossa intenção tem que ser a de
ajudar na compreensão da Escritura, numa maneira mais fiel possível sem
deixar que isso impeça a Palavra de entrar na vida dos catequizandos.
Existem alguns instrumentos e pistas de leituras, tais como: leitura
existencial, afetiva, contemplativa, espiritual, orante, militante e
transformadora
Existencial:
A Palavra tem que dizer algo a vida, ao momento, a nossa existência,
não pode ser algo descolado da realidade, uma coisa espacial, difícil de
ser vivida. Somos sujeito na história. Por isso, nossa leitura tem que
mexer, iluminar e dar força ao ouvinte e aquele que reflete conosco. A
Bíblia apresenta a maneira mais autêntica de viver a existência humana
(Mc 8,35-38).
Afetiva:
A leitura não pode ser insensível ao nosso sentimento, emoção, opção,
ao nosso corpo. Nós somos um todo. O mais importante é o coração e não a
razão. A palavra coração aparece 865 vezes na Bíblia. A razão e o
coração não se excluem, mas, exigem-se. A razão é importante, mas como
serviço ao coração, para purificar, selecionar, articular, aprofundar,
organizar melhor sentimentos e emoções (Mc 7,14-23).
Contemplativa:
Escutar o texto, transformando-o em cena viva é muito importante. Ver a
vida, as pessoas, situações concretas, gritos, derrotas, sonhos,
projetos, clamores que estão por trás do texto. Não importa só falar
sobre o texto, é preciso deixar o texto falar por ele mesmo, e em nós. É
a mesma atitude de Maria: aos pés de Jesus, escutando e aprendendo (Lc
10, 38-42).
Espiritual: Ler
com fé. Acolher e sentir a presença de Deus. Presença que ama e
liberta, que ressuscita e faz caminhar. Tem que ser movida pelo Espírito
Santo: “O Espírito ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês se
lembrarem de tudo o que eu lhes disse”(Jo 14,26;16,12-15). Para quem crê
a Bíblia é um livro totalmente diferente dos outros (II Tm 3,16; Hb
4,12).
Orante: A
verdadeira leitura dos textos sagrados sempre desemboca na oração.
Oração é amor, entrega, gratuidade, doação e encontro. Orar com a
Palavra é entrar em intimidade profunda com o Rosto de Deus. Estudo e
oração da Bíblia se abraçam, exigem-se. Nas primeiras comunidades,
escutavam a Palavra de Deus pelo testemunho dos apóstolos e oravam em
seguida (At 2,42).
Militante e transformadora: A
Palavra é Verdade, e isso leva ao compromisso, a um exercício concreto.
Arranca-nos da hipocrisia e nos afasta das ambiguidades. “Não basta
dizer Senhor, Senhor, mas fazer a vontade de meu Pai”(Mt 7,21). Não é
uma prática qualquer que Jesus e sua Palavra querer de nós, mas sim uma
prática transformadora, tanto na nossa vida como no âmbito comunitário.
“Convertei-vos!” é um dos gritos que mais ecoa na Bíblia (Dt 30,10; Os
14,2; Is 31,6; Jr 3,14; Ez 14,6; Zc 1,4; Mt 4,17; Mc 1,15).
Queridos
Catequistas, minha intenção não foi opinar ou interferir na sua exegese
ou hermenêutica, seria muita pretensão e falta de respeito, mas sim dar
uma pequena contribuição neste mês da Bíblia a vocês, meus amados e
amadas.
Caminhem
pelo mundo bíblico! Encontrem a Vida e a Verdade da Bíblia! Que vocês
tenham e deem uma experiência profunda com o verdadeiro Rosto de Deus da
vida e da liberdade.
Encontramo-nos na Eucaristia e na oração!
Seminarista Alex Sandro Serafim.
Um comentário:
" Queridos Catequistas, minha intenção não foi opinar ou interferir na sua exegese ou hermenêutica, seria muita pretensão e falta de respeito, mas sim dar uma pequena contribuição neste mês da Bíblia a vocês, meus amados e amadas".
Ótimo texto Patrícia, bastante informativo e esclarecedor. Uma excelente contribuição, tenha certeza.
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