"Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda."João 15,16

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

PERDOAR: dom e caminho!

Ao ensinar a oração do Pai-Nosso aos discípulos, o único artigo que Jesus comenta logo de imediato, segundo o evangelista Mateus, é aquele que se refere ao perdão: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”
 (Mt 6, 13-14).


O PERDÃO COMO DOM
O perdão liberta o coração, supera as barreiras que nos distanciam uns dos outros, abre a porta para que entre a paz. É a força necessária para reconciliar não só as pessoas, mas também as nações. O perdão é uma consequência do amor. À medida que a experiência do amor vai se tornando mais plena no interior da pessoa, o coração é levado a perdoar. E por que perdoamos? Porque primeiramente fomos gratuitamente perdoados por Deus.
No entanto, é preciso olhar o perdão não como um imperativo dirigido à alma, do tipo: “Você TEM que perdoar!” Uma imposição dita, desta forma, por alguém ou pela própria pessoa, é totalmente inútil e até falseadora do caminho para o perdão. Assim, como o amor, o perdão não pode ser exigido por norma. Ele é dádiva e não lei! Esse, aliás é o sentido etimológico de perdão-perdoar: o dom levado à perfeição; além do dom (per-donum, per-donare). Em última análise, só Deus pode perdoar, como o único que está além de todos os dons e do maior dom, o Amor. Ele é o próprio Amor. Por isso, mais do que perdoar, nós podemos nos abrir ao próprio perdão de Deus, agindo em nós, por nossa mediação.
Nesta abertura, o perdão aparece, então, como uma decisão da vontade e não como uma emoção. A pessoa, no exercício da sua liberdade, tocada pela Graça, perdoa. A falta de perdão constitui-se em pecado, pois é um fechamento à graça. É preciso ainda não confundir mágoa com falta de perdão. A mágoa é a dor da alma que foi ferida. É, portanto, uma ferida a ser cicatrizada, não se constituindo em pecado, como tal. Entretanto, aninhar mágoas no coração, emperra o crescimento da pessoa e a adoenta. Também as mágoas precisam ser tratadas.
Não fique repisando os motivos que você tem para ficar magoado; isso só fará perdurar a dor que você sentiu por algo acontecido. Em Cristo Jesus, você é livre não só para perdoar, mas também para superar as mágoas. Coloque-se, pois, a caminho. O auxílio da Graça Divina não lhe faltará.
Se você, todavia, está encontrando dificuldades em perdoar, peça a Jesus esta graça. Aquele que na cruz perdoou o pecador arrependido, perdoará os seus pecados e lhe dará forças para exercer o perdão. É possível! Não duvide! Entregue-se a esta maravilhosa e libertadora experiência.
Sendo o perdão um caminho, é preciso – ao acolher o dom – dar os passos para que ele aconteça como um processo libertador da alma. A perspectiva apresentada abaixo pode assustar alguns leitores, mas é um método concreto para uma abertura humana à graça divina de perdoar.


O PERDÃO COMO CAMINHO: NOVE PASSOS PARA PERDOAR

1.    Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2.    Comprometa-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber de sua decisão.

3.    Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4.    Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico que você sofre agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5.    No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismos de seu corpo.

6.    Desista de esperar, de outras pessoas ou de sua vida, aquilo que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém, você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer.

7.    Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através da experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8.    Lembre-se de que uma vida bem vivida é a melhor “vingança”. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a buscar o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9.    Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróica que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.      

     
PARÁBOLA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava tudo de longe, aproxima-se do menino e pergunta-lhe:
- Filho como está se sentindo agora? Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe diz:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então, lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
                                                                                                               
(Autor desconhecido)



                                                   
   

2 comentários:

Unknown disse...

Oii Patícia, que mimo de blog, lindo seu trabalho, parabéns, obrigado por passar no meu blog e deixar a sua marquinha, que juntas nesse grupo de catequistas unidos, podemos nos unir cada vez mais..
A paz de Jesus e o amor de Maria.
Wânia

Cláudia de Jesus Pinheiro disse...

Paty, muito bom! Aprendi muito! Obrigada por compartilhar!