Como
já sabemos sacramento é um sinal sensível e eficaz da graça. Todo
sacramento significa uma graça e realiza a graça que significa. Por
exemplo: O Deus que não vejo, atua no meu espírito que eu não vejo, me
dá uma graça que eu não vejo, através de sinais que eu posso ver! Assim o
pão e o vinho são alimentos que podemos ver, sentir, cheirar, tocar,
saborear. Neles estão presentes, após a consagração, o corpo e o sangue
de Cristo, vivo e verdadeiro. Ao comer o pão consagrado, ao beber o
vinho consagrado comemos e bebemos o corpo e o sangue de Jesus Cristo.
Sacramento é sinônimo de mistério que vivenciamos por meio da fé.
A Eucaristia é algo tão espetacular, estranho, denso e
difícil de aceitar que o próprio Deus fez uma longa e cuidadosa
preparação do povo, antes de se deixar entre nós neste mistério da
Eucaristia. Como podemos conferir:
a) Preparação remota:
a) Preparação remota:
* O Cordeiro Pascal – Ex 12, 1-14;
*O Maná – Ex 16, 2- 5;
b) Preparação próxima:
b) Preparação próxima:
* As bodas de Caná – Jo 2, 1-12;
*Multiplicação dos pães – Jo 6, 1-15
*Eu sou o pão vivo que desce do céu – Jo 6, 51
*Aquele que comer de mim viverá por mim – Jo 6,57
c) Preparação imediata:
c) Preparação imediata:
*Jesus manda os apóstolos preparar a ceia – Lc 22,7-15
*Jesus lava os pés dos apóstolos – Jo 13,1-2
*Jesus manda: Fazei isto em memória de mim – Lc 22,19 e 1Cor. 11,24.
Assim o Sacramento da Eucaristia não é apenas um
Sacramento entre outros, mas aquele que é o centro da vida da Igreja e
aquele que é o mistério cristão confessado, celebrado e vivido na Igreja
pelos os fiéis.
Na ultima ceia, na noite em que foi entregue, nosso
Salvador instituiu o sacrifício Eucarístico de seu corpo e Sangue. E por
meio dele perpetua através dos séculos, até que volte o sacrifício da
cruz, confiando à Igreja, sua dileta esposa, o memorial da sua morte e
ressurreição: sacramento do amor, sinal da unidade, vínculo da caridade,
banquete pascal em que Cristo é recebido como alimento, o espírito é
cumulado de graças e nos é dado o penhor da glória futura. Por tudo isso
“a Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã”. Os demais
sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas
apostólicas, se ligam à Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam.
A Santíssima eucaristia contém todo o bem espiritual
da Igreja, ou seja, o próprio Cristo, Nossa Páscoa. Na Eucaristia
recebemos não só a graça, mas o próprio doador da graça: Jesus Cristo
ressuscitado.
O pão e o vinho não são mais um alimento e bebida
usuais, tornam-se, por uma mudança singular e admirável, o que a Igreja
chama de transubstanciação, o Corpo e o Sangue do Senhor, a sua nova
presença, verdadeira, real e substancial, dinâmica e pessoal, no ato de
dar sua própria pessoa, e não apenas a graça, como nos outros
sacramentos.
Verdadeiramente a Eucaristia é mistério que supera os
nossos pensamentos e só pode ser aceita pela fé. Como nos exorta São
Cirilo de Jerusalém – “O Pão e O Vinho Consagrados simplesmente como
elementos naturais não hás de ver, porque o Senhor disse expressamente
que são o seu Corpo e o seu Sangue: a fé te assegura, ainda que os
sentidos possam sugerir-te outra coisa”.
Diante deste mistério de amor, a razão humana
experimenta toda a sua limitação, porque independentemente do nosso
entendimento, o pão e o vinho deixam de existir depois da consagração,
de modo que a partir desse momento é o Corpo e o Sangue adoráveis do
Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies
sacramentais do pão e do vinho.
Ao comermos e bebermos o Corpo e o Sangue do senhor
entramos em união intima com Ele através da comunhão. Recordemos as suas
Palavras: “O que me come viverá por mim” (Jo 6,57). “Em verdade em
verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem não beberdes
o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).
Não se trata de alimento metafórico (simbólico), como
afirmam os protestantes, mas comida verdadeira como podemos conferir no
Evangelho de são João - “A minha Carne é em verdade uma comida e o meu
sangue é em verdade uma bebida”. (Jo 6,55)
A eucaristia saiu do coração de Jesus no momento
extremo de sua vida, quando Ele livremente viveu a sua paixão
(sofrimentos) por amor a todos nós.
Seu sacrifício, único na cruz, torna-se presente na
celebração Eucarística na qual nestes mais de dois mil anos os cristãos
entram em comunhão com o mesmo acontecimento salvífico e recebem os seus
frutos.
Jesus instituiu a Eucaristia com a intenção de nos enriquecer com os méritos decorrentes do seu sacrifício na cruz.
A Eucaristia é a síntese de tudo o que Jesus viveu e fez em nosso favor, pela nossa salvação.
Quem compreende esta maravilhosa presença real de
Jesus na Eucaristia, sente um novo e profundo desejo de sempre
participar com piedade deste ato tão Santo e Santificador de todos nós e
de toda humanidade.
É simplesmente fantástico receber o próprio Deus
dentro de nós, abençoando, santificando e purificando, a cada Comunhão,
todo o nosso ser.
Santo Agostinho ensinava: “Não sou eu que recebo Cristo, é Cristo que me recebe em mim”.
Que esta simples reflexão possa nos ajudar a celebrar
com entusiasmo a Festa de Corpus Christi, para que com mais
profundidade mergulhemos no mistério do amor do Senhor presente na
Eucaristia.
Fonte: Padre Hércules Alves de Souza
Diocese de Santo Amaro
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