"Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda."João 15,16

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão."


Os versículos 28-32 do capítulo 13 do Evangelho de Marcos procuram responder ao quando acontecerá a vinda do Filho do Homem. A metáfora da figueira mostra, por um lado, que o Reino já está presente na vida da comunidade. Mas, para isso, é necessário discernir essa presença nos sinais e nos acontecimentos da história. Por outro lado, mostra a proximidade do Fim enquanto salvação para os eleitos. Os ramos da figueira que começam a ficar verdes, as folhas que brotam são sinal de que o verão está próximo: os acontecimentos da história, os conflitos que apertam e inquietam a comunidade cristã são sinais de que o Reino já está chegando. É por meio deles que Deus vai conduzindo seu projeto e a própria história para um rumo novo.

A tarefa da comunidade e dos cristãos não é a de prender-se aos sinais sem deduzir deles a necessidade da prática que leve à criação do mundo novo.


Os sinais são passageiros, mas a palavra de Deus permanece. É isto que Cristo quis dizer quando proferiu a frase que é título desse artigo.


Sequer é tarefa da comunidade especular sobre o fim dos tempos. Jesus deixa bem claro que “quanto ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho (que deverá vir), mas somente o Pai.”


Em resumo, Marcos quis inculcar nos catecúmenos (e também em nós) o desinteresse pela especulação a respeito do fim dos tempos. Os sinais catastróficos (da natureza ou provocados pela ação iníqua das pessoas não são o fim em si; denotam simplesmente que o Reino e sua consumação estão em curso. A esperança que nasce do texto de Marcos é que Deus salvará seus eleitos e julgará os que combateram o projeto divino de liberdade e vida. Daí nasce a urgência do compromisso, que passa pelo discernimento em vista da construção do mundo novo.


Que cada um de nós saiba captar em seu raciocínio e em seu coração estas Palavras que, antes de ser uma advertência, são um convite ou mesmo uma convocação
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 Padre Wagner Augusto Portugal
Fonte

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