"Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda."João 15,16

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011


 


Identidade do Catequista



Objectivos:

- Reconhecer a razão de ser do catequista na missão da Igreja;
- Conhecer o essencial da missão do catequista;
- Confrontar a concepção de catequista que tenho com a que a Igreja apresenta.

Desenvolvimento:

O Catequista

A vocação de catequista, a sua existência na Igreja, é um dom do qual há que dar graças a Deus. Juntamente com este louvor é preciso discernir que tipo de catequistas a Igreja precisa, hoje, para realizar a sua tarefa de evangelização (Cf EN 14), nesta situação histórica concreta. O catequista surge, então, como alguém chamado por Deus, vocacionado; que acredita no Senhor, com uma fé profunda; e consciente do seu ser Igreja, com uma clara identidade eclesial.
O catequista participa e prolonga a missão de Jesus como Mestre, pois realiza o mandato do Senhor: “Ide e fazei discípulos”(Mt 28,19). Assim, Jesus Cristo, no seu seguimento e imitação, constitui para o catequista o modelo determinante de toda a sua missão.
Para que a catequese seja significativa, o catequista deve estar enraizado na forma de ensinar de Jesus Cristo que é cativante e atractiva, pelo que deve viver alimentado continuamente do Mistério Pascal de Jesus Cristo, que é o conteúdo fundamental do Evangelho e o núcleo do testemunho da fé Apostólica.

Porque é chamado a ser educador da fé, o catequista deve possuir, antes de mais, uma profunda vida de fé. Deve estar imbuído de um profundo sentido religioso, com uma experiência madura de fé e um forte sentido de Deus, do divino. Isto porque o catequista deve ser o anunciador de Deus e dizê-Lo no mundo de hoje. Ao dizer a sua fé, está a responder às inquietações mais profundas do coração humano, que é a sede de absoluto que habita em cada homem (Cf DGC 23).
O catequista é, então, alguém consciente da sua fé. Tem uma posição tranquila e serena da sua opção por Cristo, confia n’Ele e vive em docilidade à acção do Espírito Santo. Na sua pessoa verifica-se a interacção entre fé e vida, ou seja, vive uma autêntica experiência de fé.
Isto significa que o catequista deve ocupar-se da sua própria vida no Espírito como exigência da responsabilidade que lhe outorga a Igreja, catequizar. O catequista experimentará um processo contínuo de amadurecimento na fé e configuração com Cristo, segundo a vontade de Deus Pai, guiado pelo Espírito Santo(Cf ChL 57).
De acordo com a exortação apostólica Christifideles Laici, o plano pessoal de vida espiritual cristã, necessário para todo aquele que quer viver na busca permanente da vontade de Deus, tem como elementos indispensáveis a escuta pronta e dócil da Palavra de Deus, a oração filial e constante, uma verdadeira direcção espiritual, e a leitura, feita na fé, dos dons e dos talentos recebidos, bem como das diversas situações sociais e históricas em que nos encontramos(Cf ChL 58). Este plano de vida espiritual proposto pela Igreja está ao serviço da vida no Espírito, ou seja, do processo configurador com Cristo, sob a acção do Espírito Santo.

A identidade eclesial provém de uma forte adesão a Jesus Cristo e do seguimento d’Ele. O catequista tem bem clara a sua pertença à Igreja, o seu ser Igreja. A identidade do catequista vem, pois, definida não só pela sua personalidade de cristão, igual a todos os baptizados, mas também, e sobretudo, pela sua missão específica na Igreja. O catequista transmite a fé da Igreja como testemunha. Experimenta o seu ser Igreja como algo que faz parte da sua fé.
Isto é de extrema importância, porque há uma relação directa entre a concepção de Igreja e a transmissão da fé. Só com catequistas que se sentem Igreja, que têm e vivem uma correcta concepção da mesma, a transmissão de fé se realiza correctamente. Mais, uma das principais causas da pouca eficácia da nossa catequese actual está precisamente no deficit eclesial dos nossos catequistas. Porque a Igreja faz parte da confissão de fé, se ela não está plenamente presente, a fé que se transmite é deficiente: “a confissão de fé só é completa quando integra a referência à Igreja” (DGC 83), o creio e o cremos exigem-se e implicam-se mutuamente.
O catequista, como agente da Evangelização, age em nome da Igreja, o que tem uma dupla consequência: sente-se apoiado por toda a Igreja e transmite a fé da Igreja (Cf EN 60).

O catequista realiza a sua missão no âmbito da Comunidade, da Paróquia, e por mandato desta, pois a catequese é uma responsabilidade de toda a comunidade cristã (Cf DGC 220; AG 14; CT 62): a “catequese tem sido sempre e continuará a ser uma obra pela qual toda a Igreja se deve sentir e mostrar responsável”(CT 16). Além do mais a comunidade cristã, a Igreja, é origem e meta da catequese, além de conteúdo de fé.
A relação entre o catequista e a comunidade que o envia nunca pode ser descuidada, nem pressuposta: a fidelidade à Igreja é fundamental para o catequista e para a sua missão.
Embora toda comunidade seja responsável pela catequese e a todos é pedido o testemunho da fé, só alguns recebem o mandato de serem catequistas (Cf DGC 221)

A realidade em que vivemos, com a situação adversa à fé, pede que a Igreja exerça duas acções simultâneas no campo catequético: a acção missionária e a catequese de iniciação. Assim, um catequista com preocupação missionária deve procurar acima de tudo, que os catequizandos adiram à fé, no meio de uma situação adversa, procurem cooperar com a graça de Deus, para que se realize uma verdadeira conversão.
Esta preocupação missionária não nasce do medo, mas sim da alegria em anunciar a Boa Nova; e não se faz por costume, mas sim porque se descobriu a grande surpresa que é Cristo. Só assim se poderão vencer os anticorpos de uma sociedade que se vacinou contra tudo aquilo que é cristão.

Para realizar a sua missão de educador da fé, para além da formação doutrinal sólida, deve possuir a formação básica sobre os princípios fundamentais da pastoral e o projecto pastoral da Igreja diocesana, dominar o essencial daquilo que é o acto catequético e a programação catequética, conhecer as pessoas com quem vai trabalhar, as suas motivações, bem como as situação social e de fé de cada um dos catequizandos. Por último, saber fazer uma leitura crente e, por isso, esperançosa da realidade (Cf DGC 16).

A finalidade da acção do catequista consiste em acompanhar o catequizando num processo de conversão, em ordem a favorecer uma profissão de fé viva, explícita e actuante; ou seja, fazer discípulos de Jesus Cristo. Este objectivo é conseguido na Igreja, como origem, meta e âmbito da catequese. É sempre da comunidade cristã que nasce o anúncio do Evangelho, que convida cada pessoa a seguir Cristo. É esta mesma comunidade eclesial que acolhe aqueles que desejam conhecer Jesus Cristo, acompanha e convida a participar na experiência da fé (DGC 254), contando sempre com o ministério dos catequistas. Por isso os catequistas prestam um serviço eclesial ao serem agentes de transmissão da fé e, por consequência, edificadores da Igreja, onde está presente o Mistério de Deus.
Aqui está o essencial da missão eclesial do catequista: deve estar ao serviço da profissão de fé dos catequizandos, na Igreja, como lugar de transmissão e de possibilidade de profissão de fé. Só na Igreja, que é mistério de comunhão em razão da Comunhão Trinitária, é que a pessoa humana pode aceder ao desígnio de salvação eterna na história, através do mistério pascal de Jesus Cristo. Trata-se de que o homem se deixe introduzir no Mistério trinitário e viver desse Mistério.

- O catequista é alguém dotado de uma profunda fé adulta.
- O mandato de transmitir a fé como testemunha é-lhe conferido pela própria Igreja, pela Comunidade onde exerce o seu ministério.
- Realiza a sua missão com competência e alegria, procurando cooperar com a acção de Deus junto daqueles que Ele chama para a sua Igreja.

“Chuva de Ideias”
O orientador da reunião começa por solicitar a cada participante que se recorde da características de alguns catequistas que admira, talvez até aqueles que foram seus catequistas.
De seguida faz-se uma síntese, coligindo aquelas qualidades que são mais significativas.
O orientador expõe, então, o tema ao qual se segue uma reunião por grupos, de cerca de dez minutos, onde cada grupo vai analisar alguns daqueles textos que vão no Textos de referência.
A reunião, ou tempo formativo, acaba com um plenário.
Encerra-se o encontro com a canção “Somos a Igreja de Cristo”.

Cristo é o modelo do catequista: Jo 4,1-41.
O Catequista, pessoa de fé: CCE 1814-1816.
A Igreja está presente na formação do Catequista: DGC 236.
Qualidades dos catequistas: CCE 428.
Os leigos na Catequese: DGC 230-231.
O papel do catequista na acção catequética: DGC 156
Os leigos na Catequese: CT 66.
O catequista realiza uma missão eclesial: EN 60

Fonte:BRAGA, DEPARTAMENTO ARQUIDIOCESANO DE CATEQUESE 

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